É engraçado quando você começa a se ver dentro de alguns clichês
ligados à sua condição humana. Eu tenho pensado muito, do “alto” dos meus 40
anos, sobre a utilidade da minha existência nessa vida. Sobre minha mortalidade
e o legado que eu vou deixar para esse mundo. Qual o meu quinhão no conceito de
imortalidade proposto por nós mesmos, ou seja, o que podemos deixar e que trará
benefício ou ser lembrado de alguma maneira.
Mortalidade e imortalidade também são questões que povoam
meu ser nos últimos tempos.
Mas qual será meu quinhão nesse mundo? Qual será minha
contribuição? O que poderá ficar de meu quando eu morrer?
São coisas que eu comecei a pensar, que antes eram conceitos
vagos e agora se tornam mais presentes.
Com eles eu comecei também a ter alguns sonhos e algumas
ideias de projetos que podem ser interessantes para que eu tenha uma visão de
que a minha está sendo mais útil para algum propósito maior do que apenas
satisfazer meu próprio umbigo.
Também me pego pensando se essas ideias são arrogantes e
que, na realidade, nosso fim realmente é viver nossa vida e desapegar, como tem
bem claro quem vive sob a filosofia budista. O fim de nós todos é o
esquecimento?
Então fechei a idéia pensando que pode até ser, mas que o
mais importante é que possamos fechar os olhos na derradeira hora e pensar,
mesmo como último pensamento: eu tive uma vida boa, que valeu a pena ser vivida
e estou satisfeita.